sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

A gente é aquilo que vê

Charge , Jornal NH
“Todo mundo, sem exceção, é um pouco voyeur”, comenta o psicólogo Jacob Goldberg ao tratar sobre o Big-Brother. Mas explica que pode virar doença quando a pessoa deixa de almoçar para ver o outro almoçando, ou de trabalhar para não perder um lance da vida do vizinho. Para o psicanalista Jurandir Freire, existe também o perigo das más influências. Diz que “as pessoas de uma maneira geral querem encontrar na vida dos outros exemplos para entender e resolver questões de suas próprias vidas. O erro é que essas pessoas que se expõem são as menos indicadas para servir como parâmetro, como exemplo de vida”.

Qual a influência desses reality shows? Boa, ruim, nenhuma? Conseguimos mudar de canal ou até mesmo desligar a televisão? Referindo a este Big-Brother, o seu diretor deixou escapar: “Liberei a porrada entre eles! Será que vai rolar?”. Eles sabem que quanto mais brigas, cenas íntimas, e questões polêmicas iguais à transexualidade de uma atual participante – o resultado é audiência e o retorno financeiro. E é isto o que interessa.

Um exemplo clássico na Bíblia de voyeurismo e exibicionismo é a história de Davi e Bate-Seba (2 Samuel 11). Sem câmeras e binóculos, mas no terraço do seu palácio, o rei enxergou uma mulher muito bonita tomando banho. A história terminaria bem diferente se Davi fixasse os olhos mais na sua esposa, e Bate-Seba fechasse a cortina da janela sem provocar o rei. Mais tarde, Salomão, filho deste caso extraconjugal, recomendou sobre o adultério: “Tenha cuidado com o que você pensa, pois a sua vida é dirigida pelos seus pensamentos” (Provérbios 4.23). Ele ainda poderia dizer que os pensamentos são dirigidos pela visão.

“Venha ver”, disse Filipe para Natanael a respeito de Jesus (João 1.46). Ele foi, viu, e se tornou discípulo. Jesus já tinha dito para André e Pedro: “Venham ver”. E o resultado foi o mesmo. É o Evangelho do próximo Domingo na liturgia cristã, e que faz refletir nesta época de alta definição das telas: o mundo carece de boas imagens para ser melhor. Porque nada adianta uma tela grande, limpa e colorida, quando o que se vê é pequeno, sujo e obscuro. Sem dúvida, a gente pensa, faz e é aquilo que vê.
Marcos Schmidt
pastor luterano   
fone 8162-1824
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
Comunidade São Paulo, Novo Hamburgo, RS
13 de janeiro de 2011

sábado, 8 de janeiro de 2011

Quando um ano é NOVO

Dentre os votos desejados na virada do ano, o mais comum é “feliz ano novo”. Não é sem motivo que a circuncisão e o nome dado ao menino nascido em Belém coincidem com o início do ano. Deus é o primeiro que quer nos dar um NOVO ano.
“Completados oito dias para ser circuncidado o menino, deram-lhe o nome de JESUS, como lhe chamara o anjo, antes de ser concebido”. (Lc 2.21)
O nome JESUS tem atrás de si toda uma razão para ser usado.
Este JESUS é o menino que tornaria possível a todos os povos do mundo o ser povo de Deus. Ter no seu povo gente de todos os povos do mundo é o desejo de Deus, expresso já na aliança feita com Abraão, conforme descrito em Gênesis: “Quanto a mim, será contigo a minha aliança; serás pai de numerosas nações” (Gn 17.4). Quando olhamos para Gl 3.28,29, descobrimos como e quem são aqueles que fazem parte das numerosas nações que têm por pai a Abraão. Diz Paulo: “Dessarte, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus. E, se sois de Cristo, também sois descendentes de Abraão e herdeiros segundo a promessa”.
Os “de Cristo”, portanto, são os descendentes de Abraão, os herdeiros segundo a promessa e pertencentes ao povo de Deus. Ser de Cristo é ser NOVO Homem, é ter nova nacionalidade, é ter um novo ano com tudo novo, com tudo o que envolve o “ser de Deus”.
E o que é que envolve o “ser de Deus”?
Voltemos ao nome JESUS. “Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1.21). Jesus não veio para escravizar com leis, mas para salvar o seu povo dos pecados deles. Temos um Salvador! Ele veio para estar ao nosso lado no dia-a-dia (Mt 1.23). Podemos contar com ele. As dificuldades já não assustam e nem derrubam como antes.
Um ano feliz e novo é que todos desejam… e é o que Deus concede em Cristo! Como ter um ano NOVO permanecendo nas velhas simpatias e continuando a ser o mesmo de antes? JESUS, entretanto, faz tudo ser NOVO. Ele inclusive nos faz a nós, diariamente, novos… salvando-nos de nossos pecados, fazendo-nos ser povo de Deus e dando-nos novos rumos e novo futuro. Nosso diálogo agora pode ser:
- Feliz ano novo! …porque Deus nos mandou o seu Filho e seu nome é JESUS.
- Obrigado! Será novo todos os dias, porque tenho este JESUS. E com ele, será novo e feliz pra você também.

Rev. Cézar C. Kaiser – IELB
Erechim, janeiro de 2011.